sexta-feira, 22 de julho de 2011

FRASE DA SEMANA


A verdade é que a gente não faz filhos. Só faz o layout. Eles mesmos fazem a arte-final.
(Luis Fernando Veríssimo)

SE HÁ RATOS, A CULPA É DO QUEIJO!


Toda boa dona de casa sabe que uma cozinha suja atrai baratas e moscas. Ao que parece, o ministro das Comunicações, Paulo Bernardo, também pensa assim. Afinal, o ministro declarou em entrevista que o mal do DNIT é o excesso de verba disponível. Segundo esta lógica, só há corrupção porque existe dinheiro.
Aliás, percebe-se que esta corrente de pensamento é bastante comum na classe política. Se o recurso público não tem dono, posto que é de todos, passa também a não ser de ninguém e, portanto, está disponível para qualquer atividade escusa. Está ali, disponível, a eximir o ladrão de culpa.

segunda-feira, 11 de julho de 2011

DICA DE LEITURA


Uma das tarefas às quais me obrigo a cada fim de semestre é organizar minha biblioteca. Uma atividade não muito simples, principalmente se considerarmos que meus livros geralmente estão espalhados por vários lugares - e cidades - diferentes.
Como estou passando alguns dias em Friburgo (cheguei hoje, volto amanhã para o Rio), resolvi começar aqui esta empreitada. E redescobri Território e história no Brasil, de Antonio Carlos Robert Moraes (Ed. Annablume/Hucitec, 2002, 198p.). Pena que só o reencontrei agora, ao final de um semestre em que tive alunos do curso de História. Fica pra próxima!

ESPERANDO PELA PROVIDÊNCIA DIVINA


Há seis meses a região serrana do estado do Rio de Janeiro começava a se deparar com o que seria a maior tragédia de sua história. Uma torrencial tempestade destruiu cidades e vidas, principalmente nos municípios de Nova Friburgo e Teresópolis.
Muitos corpos ainda não foram encontrados, centenas de famílias continuam sem suas casas, em meio à precariedade. Vários imóveis foram interditados e alguns lugares simplesmente ainda enfrentam o desabastecimento de energia e água. Por outro lado, são mais fortes os ecos das acusações de desvio dos recursos destinados aos desabrigados, desde roubos de donativos a superfaturamento de serviços contratados.
Estava em Friburgo no dia 10 de janeiro, e saí da cidade por volta das 15h. Ao anoitecer, a chuva começou a cair. Na manhã de terça-feira, dia 11, me encaminhava para o Aeroporto Santos Dumont, com destino a Brasília, sem saber da fatalidade que se abatera sobre a região serrana. Lembro que alguns voos foram transferidos para o Galeão devido ao mau tempo, mas não fazia a menor ideia do que havia ocorrido perto da minha casa. Somente ao chegar ao hotel em Brasília comecei a tomar conhecimento dos fatos, principalmente através da TV e por amigos que ligavam para saber como eu estava.
Não sei precisar a data, mas passei mais de um mês sem voltar a Friburgo. Não somente por conta das condições das estradas, mas também por tristeza. Perdi amigos, e sabia que as cenas impactantes vistas de longe seriam bem mais cruéis ao vivo. Somente no começo de junho estive em Bom Jardim, e novamente me assustei com a paisagem arrasada ao longo da estrada. O pouco que vi nestes meses atesta que muito pouco foi feito na região. Embora saiba que este incidente teve proporções colossais, percebo que o problema não é “o tamanho do desastre”, mas a inércia do poder público.
Hoje, em plena Avenida Alberto Braune, no centro de Friburgo, recebi um panfleto – distribuído pelo Fórum Sindical e Popular de Nova Friburgo – conclamando a um ato público em protesto ao descaso a que os cidadãos atingidos pela catástrofe. Segundo o texto, “cerca de 2400 pessoas que se cadastraram para o aluguel social nada receberam até agora”.
Os organizadores do protesto reivindicam, dentre outras coisas, o aluguel social para todos os desabrigados e desalojados, o início imediato da construção das casas, o não deslocamento das pessoas de seus bairros e a reconstrução dos bairros atingidos.
Julgo que a maior parte da pauta de reivindicações não possa ser atendida. Em termos técnicos, é impossível restabelecer as condições de moradia de todos os atingidos pelas chuvas e, ao mesmo tempo, mantê-los em seus bairros de origem. Até porque muitos deles estavam em áreas de risco (e o que não é área de risco na região serrana???) e as áreas seguras podem não estar disponíveis. Nem por isso os governos municipal, estadual e federal têm o direito de tratar esses cidadãos com o total descaso demonstrado até agora.

segunda-feira, 4 de julho de 2011

DICA DE LEITURA


Eu queria estar relendo O mundo assombrado pelos demônios, do cientista americano Carl Sagan (Cia. de Bolso, 2006, 512p.). Escrito com o propósito de combater o que Sagan chamava de "analfabetismo científico", o livro combate - com bom humor, até - o misticismo que ronda determinados assuntos que deveriam ser tratados à luz da ciência.
Bem, esta será minha leitura para as férias. Agora estou terminando outro livro, Construindo o desenvolvimento local sustentável - Metodologia de planejamento, de Sérgio C. Buarque (Ed. Garamond, 2008, 177p.). Trata-se de um prático manual de metodologia de planejamento para o desenvolvimento de economias locais, resultado de mais de dez anos de trabalho do autor como consultor na área. Vale a pena!

I'M BACK!


Sinceramente, não há muito o que explicar, a não ser que em certo momento senti vontade de parar. Ou, por outro lado, senti que havia me obrigado a escrever todos os dias, e essa não é minha função. Sei que, como educador, sou um referencial para meus alunos, e minhas palavras têm um certo peso. Mas não sou jornalista e meus objetivos são outros.
Bem, um ano e meio depois, vamos ver aonde isso vai dar...

sexta-feira, 25 de dezembro de 2009

IMAGEM DA SEMANA



HO HO HO!


Aos meus queridos amigos e leitores, deixo aqui meus votos de um Feliz Natal a todos, desejando de presente a cada um de vocês um Ano Novo pleno de paz, luz e realizações.
Grande abraço!!!

segunda-feira, 9 de novembro de 2009

quinta-feira, 1 de outubro de 2009

segunda-feira, 14 de setembro de 2009

BRASIL JÁ VAI À GUERRA...


Enquanto o presidente Lula acena com uma possibilidade de empenho de alguns bilhões de dólares na compra de equipamentos militares franceses, em troca da ilusão de garantir o apoio de Sarkozy ao pleito tupiniquim de um assento permanente no Conselho de Segurança da ONU, o comandante do Exército, general Enzo Peri expediu uma ordem a ser cumprida em quase todas as unidades: os recrutas deverão se apresentar às segundas-feiras somente no período da tarde, para economizar o rancho (almoço).
Esta medida, que deverá ser tomada até o dia 30 de outubro, será acompanhada de ato semelhante, isto é, a liberação dos soldados ao fim da manhã de sexta-feira, pelo mesmo motivo. Somente determinadas unidades, como hospitais e colégios militares, além de instalações de fronteira, deverão ser poupados do racionamento.
O Exército Brasileiro tem o maior contingente das três forças armadas: segundo dados do Ministério da Defesa, são cerca de 183 mil homens com o uniforme verde-oliva, quase 50% a mais que o efetivo de Marinha e Aeronáutica, juntas. Mas, apesar disso, o orçamento de aproximadamente R$ 24,2 bilhões não é proporcionalmente maior, significando pouco menos que a soma das outras forças. Ademais, a previsão de verbas para o reaparelhamento do Exército para o ano que vem é de pouco mais de R$ 360 milhões, contra cerca de R$ 1,3 bilhão para a Aeronáutica e R$ 2,7 bilhões para a Marinha.
Segundo o jornal O Globo, enquanto os rumores da caserna apontam para o desconforto com a situação, a assessoria do ministro Nelson Jobim, titular da pasta da Defesa, diz que tudo isso é normal. Mas alguns oficiais insinuam que os projetos do Exército passaram por despercebidos por serem modestos, de baixo custo e principalmente de baixo impacto em termos de marketing. Ao que parece, o governo está mais disposto a fazer aquisições de impacto em 2010 (último ano de governo de Lula) e, portanto, projetos de ocupação de fronteira não despertam o mesmo interesse que a compra de submarinos nucleares e jatos de caça.
Há que se considerar também o que pode ser um repetido equívoco diplomático do atual governo. Em 2004 o Brasil reconheceu o status de economia de mercado à China, em troca do apoio chinês à candidatura brasileira ao CS da ONU, o que não ocorreu... mas isso é assunto para um próximo post.

terça-feira, 8 de setembro de 2009

AUSÊNCIA?


Apesar do que querem alguns políticos, a internet ainda não foi censurada. Muito menos este blog. Nem pela necessidade de produzir a tese. Mas realmente não está sendo fácil lidar com tantos malabares...
Volto já.

PROGRAMA DE ACELERAÇÃO DA CHIBATA


O jornal Folha de São Paulo de de hoje traz uma grave denúncia: uma obra do PAC (Programa de Aceleração do Crescimento, do governo federal) no sul do estado de Goiás utiliza mão-de-obra escrava.
Segundo o jornal, procuradores e auditores do Ministério do Trabalho e Emprego (MTE) constataram o crime no canteiro de obras de uma usina hidrelétrica e agiram prontamente, promovendo a rápida indenização e retorno dos trabalhadores às suas casas.
Os trabalhadores, contratados para a limpeza de uma área que será utilizada como reservatório de água para a usina, não recebiam salários e eram obrigados a acumular dívidas em troca de comida, além de estarem alojados em um galpão sem banheiro ou camas. Assinantes da Folha e da UOL podem ler a íntegra da reportagem clicando
aqui.

quarta-feira, 12 de agosto de 2009

SAÚDE PÚBLICA, LUCROS PRIVADOS


É preciso lembrar que, em todo o mundo, dois milhões de pessoas morrem a cada ano, vítimas da malária. Também dois milhões de crianças falecem por causa de diarréia. O que poderia ser evitado com medidas básicas de higiene, saneamento básico, água potável, ou simplesmente soro caseiro, uma mistura que custa muito pouco.
Outras tantas doenças, tais como o sarampo, pneumonia e rubéola, provocam a morte de cerca de dez milhões de mortes a cada ano. E também podem ser evitadas de forma simples. E barata. Entretanto, todas essas enfermidades têm uma característica ainda pior que sua letalidade: são endêmicas em países não desenvolvidos. Em bom português, são “doenças de pobre”. E, portanto, não interessam ao mercado farmacêutico.
O principal – talvez único – medicamento utilizado no combate à Influenza A até o momento é produzido por um também único laboratório, com sede na Europa. O preço de cada caixa com 20 comprimidos, nos países que vendem o produto (não é o nosso caso), gira em torno de US$ 70. Bem mais do que os poucos centavos necessários para a obtenção do soro caseiro.
A (falta de) saúde é um ótimo negócio!

PÂNICO E IRRESPONSABILIDADE


Os últimos dias têm sido marcados – principalmente no sul e sudeste do país – por um relativo pânico e uma crescente corrida a postos de saúde e hospitais, por conta da pandemia de gripe suína. Provocada pelo vírus H1N1, a Influenza A, como é tecnicamente conhecida, é uma variante mais agressiva da gripe que afeta o país a cada inverno, e que merece cuidados especiais por todos. Não é uma “nova gripe”, portanto, como querem fazer crer alguns.
A gripe suína já teve outro nome bastante conhecido aqui no Brasil: a gripe espanhola que, aliás, de espanhola não tinha nada. E, de forma semelhante à anterior, foi causada por práticas equivocadas de manejo de suínos.
Aqui no Brasil a gripe foi oficialmente responsável por 192 óbitos, até sábado passado, 08 de agosto, segundo o Ministério da Saúde. Isto coloca o país no terceiro lugar deste trágico “ranking” mundial, atrás apenas dos Estados Unidos (353 mortes) e Argentina (337), de acordo com dados da Organização Mundial de Saúde. Estamos, portanto, à frente do México, onde o surto começou.
O pânico instalado em território brasileiro reflete-se principalmente nas ações desencontradas das diversas instâncias do poder público. Aqui no estado do Rio de Janeiro, por exemplo, o secretário de saúde determinou por duas vezes o adiamento da volta às aulas em toda a rede estadual, tendo sido seguido por alguns secretários municipais (não todos). O semestre letivo, que deveria ter iniciado em 03 de agosto, foi postergado para o dia 10, posteriormente para o dia 17... e agora se fala em reiniciar os trabalhos somente na primeira semana de setembro. A rede particular está dividida. Alguns estabelecimentos estão fechados, outros não. E o sindicato dos donos de escolas pede orientação, que ainda não veio, ao Estado.
Já na cidade paranaense de Cascavel, o Comitê de Enfrentamento ao vírus da Influenza A (fico imaginando uma tropa nas ruas, de porrete na mão, pra bater em quem estiver espirrando) decidiu que todos os lugares fechados – bares, restaurantes, shoppings, cinemas, etc. – deverão paralisar suas atividades até segunda-feira, dia 17. Supermercados e bancos, entretanto, são exceções à regra. Hospitais também.
Sinceramente, não entendo esses prazos. Ou alguém combinou com o vírus e não me disse nada, e no dia 17 o H1N1 vai fazer suas malas e nos deixará. Mais preocupante é a possibilidade do adiamento das aulas no RJ até o mês que vem. Vamos tentar fugir da gripe, mas teremos aulas até janeiro, entregando nossas crianças a outro vírus: o da dengue.

sexta-feira, 17 de julho de 2009

BASTA!!!


FORA SARNEY!!!

E fora Lula também! Por muito menos, Collor foi devidamente defenestrado do poder. Hoje os três são vistos juntos, abraçadinhos... é hora de limpar o país!

sexta-feira, 19 de junho de 2009

NOVOS POSTS

Alguns amigos reclamaram que não tenho mais aparecido por aqui, que sentem falta dos meus posts...
Ledo engano. Está tudo publicado. Mas foram atos secretos... hehehehehehe

ADIÓS, MUCHACHOS!

Hoje decidi que, por um longo tempo, não discutirei mais política. Pelo menos a política nacional. Afinal, um governante que faz acordo político com Renan Calheiros, é apoiado por Fernando Collor, defende em público José Sarney (“um homem que, por sua história, não deve ser julgado como um homem comum”) e faz discurso em favor da devastação da Amazônia já disse tudo a que veio. E nada que possa ser dito a partir daí irá mudar os rumos da nação.
É esse o preço que temos que pagar pela suposta reforma social no Brasil? A diminuição das desigualdades em relação ao andar de baixo só pode ser conquistada com o roubo descarado dos cofres públicos? Até quando teremos que assistir, amordaçados, aos sucessivos escândalos envolvendo “autoridades” e o dinheiro do povo?
Lula sabia que Sarney já era podre muito antes de ser presidente, alçado à posição graças à morte inesperada de Tancredo. Lula já havia chamado Sarney de “grileiro de terras”, dentre outros adjetivos. Pelo visto, o atual presidente mudou profundamente de ideia quanto a Sarney e ao Congresso Nacional. Não vê mais os “300 picaretas”, mas 300 amigos a lhe garantir a governabilidade e possível sucessão presidencial.
Pra terminar, Lula foi o ÚNICO chefe de Estado que declarou válidos os resultados das eleições no Irã. Algo que nem o Aiatolá Khamenei, líder máximo daquele país, ousou fazer tão prontamente...
Isso me basta.

domingo, 7 de junho de 2009

PUBLICIDADE REVISITADA


Veja ilustre eleitor
o belo tipo faceiro
no qual o senhor tem votado
envolvido em corrupção
quase foi para a prisão
salvou-o o mandato no Senado!

Para quem não conhece, eis o original:

Veja ilustre passageiro
o belo tipo faceiro
que o senhor tem a seu lado
e no entanto, acredite,
quase morreu de bronquite
salvou-o o Rhum Creosotado!

(propaganda de bonde, no Rio de Janeiro, no início da década de 1950)

sábado, 23 de maio de 2009

O EGO DE EVO


O culto a imagens é uma característica exclusiva do ser humano. Não, o pavão não é narcisista, o uirapuru não se deixa seduzir pelo próprio trinado e o elefante asiático não passa o dia inteiro polindo suas presas de marfim. Mas o homem, esse sim, faz de tudo o que estiver ao seu alcance para ostentar uma bela imagem.
Mais do que as cirurgias plásticas, lipos e aplicações de botox, no entanto, o ser humano se interessa muito mais pelo culto à imagem para a posteridade. E, mais uma vez, lança mão de todos os artifícios disponíveis – alguns legais, outros nem tanto – para deixar sua marca entre os seus, como se fora um semideus.
Políticos são extremamente hábeis nisso. Colocam os nomes de seus antepassados – e, se possível, os seus mesmos – em escolas, ruas, hospitais, aeroportos, e onde mais lhes convier. Poucos, no entanto, têm a ousadia de mandar estampar sua própria efígie em uma moeda.
Ter um retrato numa moeda não é fato incomum, ainda que nos dias de hoje. As moedas de euro, por exemplo, trazem as figuras do Rei Albert da Bélgica ou do Rei Juan Carlos de Espanha, símbolos máximos das monarquias locais. Já a Áustria preferiu estampar o rosto de Mozart nas moedas de € 1, enquanto que as cunhadas na Itália trazem reproduções de obras de Boticelli, Rafael e da Vinci. Não se espera, portanto, ver as figuras de políticos – mesmo os mais vaidosos, como Berlusconi e Sarkozy – estampadas no metal.
A regra não vale, contudo, quando se fala de América do Sul. Para comemorar o bicentenário da Revolução de Chuquisaca, o Banco Central boliviano vai colocar em circulação uma moeda com a efígie do presidente Evo Morales. A revolução ocorrida em 25 de maio de 1809 na cidade de Chuquisaca (atual Sucre) é considerada pelos bolivianos como o primeiro movimento independentista na América espanhola.
Evo, que já lançou mão de greve de fome para fazer valer suas vontades e ameaça seus opositores com confisco de terra e prisões, agora tem seu rosto estampado na moeda nacional. Chávez, na Venezuela, deve estar dando cabeçadas na parede, por não ter pensado nessa genial idéia antes. Enquanto isso, Lugo, no Paraguai, avisa que mandará estampar cada moeda de guarani com o rosto de seus filhos.
Assim que recebeu a notícia de seu BC, Evo mandou avisar que está disposto a renegociar o calote que deu na Petrobras: vai pagar com sua moeda...

segunda-feira, 18 de maio de 2009

FRASE DA SEMANA


A diferença entre o otimista e o pessimista é que o otimista só sofre no final.

sexta-feira, 1 de maio de 2009

DIA DO TRABALHO


Para meditar...

O esforço é saudável e indispensável. Mas, sem resultado, não adianta nada!

quarta-feira, 22 de abril de 2009

É HORA DE ARRUMAR A CASA...


Nunca foi santo. Assim poderia ter se definido o deputado federal Fernando Gabeira, ícone das eleições municipais passadas na cidade do Rio de Janeiro, apontado como uma das últimas reservas de ética na política nacional por seus eleitores, e pego com a boca na botija no rastro do escândalo dos desvios de passagens aéreas no Congresso Nacional. Afinal, reconheceu seu erro e dispôs-se a reembolsar a Casa pelo mau uso das passagens. Mas penso que alardear uma possível “morte política” seja exagerar nas tintas e querer, de certa forma, tirar proveito indevido de um arrependimento que pode até ser sincero.
Não foi a mesma postura adotada por seu superior, o também deputado e presidente da Câmara, Michel Temer, que justificou o mau uso da sua cota de passagens aéreas com a desculpa – pra lá de esfarrapada – de que falta regulamentação sobre o uso do recurso.
Lembrando o competente jornalista Elio Gaspari, tem parlamentar achando que sou o Eremildo, o idiota. Por não haver regulamentação expressa a respeito do uso do recurso público, com parágrafos, alíneas e incisos, acham que podem fazer o que bem entendem com suas passagens aéreas. E, com isso, despacham namoradas, mulheres, sogras, cunhados e amantes para a Europa, Estados Unidos, Fernando de Noronha ou qualquer outro lugar que lhes aprouver. Afinal, o recurso é público, não é mesmo? Ou seja, não sai do bolso deles... Enquanto eu e você temos que batalhar no dia-a-dia com o vale transporte, com a conta ou o cartão de celular, o senador empresta o celular pago pelo Congresso (ou seja, com o MEU dinheiro) para a filhinha que vai passear no México.
Meu pai foi funcionário público, por quase toda sua vida. Eu mesmo trabalhei para município, estado e União, por diversas vezes. Não passei por todas estas instâncias procurando moleza, uma teta para mamar. Estive nestes lugares por méritos próprios, por competência técnica, após passar por processos seletivos. Encaro o serviço público antes como trabalho, atividade produtiva, não como cabide de emprego, onde chego para pendurar o paletó e só volto para pegá-lo na hora de ir embora.
E, como se não bastassem os ensinamentos de meu pai – que morreu pobre, mas digno – sempre tive em mente de que os recursos disponíveis no serviço público são para USO EXCLUSIVO EM SERVIÇO, e que não podem ser usados por terceiros. Não precisei ler isso em lugar algum. É simples questão de decência, de ética, de vergonha na cara. Coisa que os excelentíssimos senhores congressistas não têm. E já estou quase me convencendo de que essa regra não tem exceção.

Só espero que meus conterrâneos lembrem disso nas próximas eleições.

segunda-feira, 13 de abril de 2009

REAPROXIMAÇÃO


O presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, decidiu suspender restrições para o envio de dinheiro e para viagens de cidadãos norte-americanos a Cuba. Segundo seu porta-voz, Robert Gibbs (que não é dos Bee Gees... hehehehe), o presidente ordenou os departamentos (equivalentes aos nossos ministérios, na estrutura estadunidense) do Tesouro, do Comércio e de Estado que tomem as medidas necessárias para que tais barreiras sejam prontamente suprimidas.
Além disso, Obama deverá, em breve, autorizar empresas norte-americanas a participarem de licitações nos setores de tv a cabo e telefonia móvel na ilha. Tal distensão, impensável nos truculentos anos Bush, foi facilitada também pela troca de poder em Cuba. Analistas políticos vêem em Raúl Castro uma figura mais aberta ao diálogo que seu irmão Fidel. Outro sinal da reaproximação entre os dois países poderá a visita do presidente dos EUA a Cuba em breve, uma forte especulação com ares de realidade cada vez mais presente na região.

quarta-feira, 8 de abril de 2009

OBA, É FERIADO!!!


Aproxima-se o primeiro feriadão do ano (carnaval não vale, o país hiberna entre o Natal e as festas de Momo). Cariocas, paulistas, mineiros, gaúchos, enfim, grande parte da sociedade brasileira se mobiliza para aproveitar os dias de descanso. Alguns empreendem esforços maiores do que no trabalho, mas essa é outra história. O que me interessa aqui é tentar entender de que forma o brasileiro se “move’. Quais os motivos que levam o cidadão comum a pensar, agir e defender seus pontos de vista junto à coletividade.
Digo isso porque ainda não esqueci a tragédia da menina de 9 anos estuprada no interior de Pernambuco e que teve que ser submetida a uma intervenção para a interrupção da gravidez. Grande parte da sociedade manifestou-se contra a declaração do arcebispo de Olinda e Recife, D. José Cardoso Sobrinho, sobre a excomunhão da equipe médica e da mãe da menina, que tomaram, a meu ver, a única atitude cabível naquele momento.
Muitos se manifestaram em listas de discussão, blogs, colunas de jornal, rádio e tv, dizendo ser um absurdo a declaração do arcebispo e, mais ainda, que a Igreja Católica não deveria se intrometer no assunto. Ou seja, apregoavam a separação entre Estado e Igreja, com a qual concordo plenamente.
Entretanto, aí estão essas mesmas pessoas, ávidas por aproveitar um feriado... religioso! Programam suas vidas em função do calendário, para usufruírem ao máximo das folgas institucionalizadas pelo costume de seguir a tradição católica.
Fico imaginando o que seria se judeus, protestantes e muçulmanos resolvessem questionar tal prática e reivindicar que seus dias santos fizessem também parte do calendário oficial do país. Isso sem contar os agnósticos... mas prefiro me deter nos feriados católicos. Ao que parece, a Igreja serve para alguns assuntos e não para outros. É isso? Com a palavra, a sociedade.

segunda-feira, 6 de abril de 2009

BEIJO DO GORDO!!!


O jornal Folha de São Paulo de hoje divulga parte dos resultados obtidos por pesquisa realizada pelo Ministério da Saúde sobre obesidade e sedentarismo. A pesquisa, realizada por telefone [1], buscou calcular o índice de massa corporal (IMC) dos entrevistados e obter informações a respeito de hábitos de vida, tais como a prática de atividades físicas, a ingestão de álcool e consumo de tabaco.
O IMC é o resultado da divisão da massa corpórea - a que erroneamente chamamos "peso" - pelo quadrado da altura: IMC = m(kg) / h². Considera-se que quem tem IMC>25 tem excesso de peso. Para IMC>30, o indivíduo é considerado obeso. [2]
De acordo com dados divulgados pelo Ministério, o índice de obesos tupiniquins aumentou em relação a 2006 (13% atuais, contra 11% para aquele ano). Tal fenômeno, segundo técnicos do ministério, deve-se em grande parte a hábitos essencialmente urbanos: o aumento do sedentarismo e de alimentação de má qualidade, sobretudo por aqueles que fazem suas refeições na rua.
A pesquisa também aponta para um crescimento do número de casos de internações e de mortes violentas pelo uso excessivo do álcool, passando de 16,1% para 19% no mesmo período, com uma curiosidade. O fenômeno se mostra bastante diferenciado quanto ao gênero: para os homens o álcool está mais presente nos hábitos dos indivíduos de menor escolaridade, enquanto que para as mulheres a bebida é mais consumida por aquelas de maior nível educacional... Vai um chopinho aí?

[1]
Acho um tanto estranho que, para um país com mais de 180 milhões de habitantes, uma pesquisa feita por telefone, e com apenas 54.000 pessoas seja considerada válida por um órgão governamental. A propósito, você já respondeu a alguma pesquisa dessas? Já foi entrevistado pelo IBOPE? Talvez seja mais fácil encontrar cabeça de bacalhau que um entrevistado...

[2]
O IMC pode ser contestado, óbvio. Afinal, não considera outros fatores, como a constituição óssea ou o percentual de gordura do indivíduo. Um lutador de vale-tudo costumeiramente ultrapassa os 100kg e nem por isso pode ser considerado obeso, pela simples aplicação da fórmula.

quinta-feira, 2 de abril de 2009

UN PUÑAL EN EL CORAZÓN...


Para deleite de onze em cada dez brasileiros, a Bolívia sapecou uma sonora goleada em cima de nossos hermanos argentinos: 6 a 1, em plena altitude (3.650m, uau!) de La Paz.
O mais interessante é que a FIFA, órgão máximo do futebol, havia baixado resolução ano passado proibindo partidas em estádios localizados a mais de 2.700m acima do nível do mar. Nove das federações de futebol na América do Sul protestaram, e conseguiram reverter a resolução. Curiosamente, o articulador da campanha pelos jogos na altitude foi o atual técnico da seleção argentina, Diego Maradona.
Depois do jogo, o técnico portenho disse que cada gol boliviano era como "uma punhalada no coração". Mas resta a seguinte pergunta: Qual o interesse de Maradona em defender a realização de partidas de futebol na altitude??? Será que é pra ter uma boa desculpa para mascar folhas de coca? hehehehehe