quarta-feira, 8 de abril de 2009

OBA, É FERIADO!!!


Aproxima-se o primeiro feriadão do ano (carnaval não vale, o país hiberna entre o Natal e as festas de Momo). Cariocas, paulistas, mineiros, gaúchos, enfim, grande parte da sociedade brasileira se mobiliza para aproveitar os dias de descanso. Alguns empreendem esforços maiores do que no trabalho, mas essa é outra história. O que me interessa aqui é tentar entender de que forma o brasileiro se “move’. Quais os motivos que levam o cidadão comum a pensar, agir e defender seus pontos de vista junto à coletividade.
Digo isso porque ainda não esqueci a tragédia da menina de 9 anos estuprada no interior de Pernambuco e que teve que ser submetida a uma intervenção para a interrupção da gravidez. Grande parte da sociedade manifestou-se contra a declaração do arcebispo de Olinda e Recife, D. José Cardoso Sobrinho, sobre a excomunhão da equipe médica e da mãe da menina, que tomaram, a meu ver, a única atitude cabível naquele momento.
Muitos se manifestaram em listas de discussão, blogs, colunas de jornal, rádio e tv, dizendo ser um absurdo a declaração do arcebispo e, mais ainda, que a Igreja Católica não deveria se intrometer no assunto. Ou seja, apregoavam a separação entre Estado e Igreja, com a qual concordo plenamente.
Entretanto, aí estão essas mesmas pessoas, ávidas por aproveitar um feriado... religioso! Programam suas vidas em função do calendário, para usufruírem ao máximo das folgas institucionalizadas pelo costume de seguir a tradição católica.
Fico imaginando o que seria se judeus, protestantes e muçulmanos resolvessem questionar tal prática e reivindicar que seus dias santos fizessem também parte do calendário oficial do país. Isso sem contar os agnósticos... mas prefiro me deter nos feriados católicos. Ao que parece, a Igreja serve para alguns assuntos e não para outros. É isso? Com a palavra, a sociedade.

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