segunda-feira, 14 de setembro de 2009

BRASIL JÁ VAI À GUERRA...


Enquanto o presidente Lula acena com uma possibilidade de empenho de alguns bilhões de dólares na compra de equipamentos militares franceses, em troca da ilusão de garantir o apoio de Sarkozy ao pleito tupiniquim de um assento permanente no Conselho de Segurança da ONU, o comandante do Exército, general Enzo Peri expediu uma ordem a ser cumprida em quase todas as unidades: os recrutas deverão se apresentar às segundas-feiras somente no período da tarde, para economizar o rancho (almoço).
Esta medida, que deverá ser tomada até o dia 30 de outubro, será acompanhada de ato semelhante, isto é, a liberação dos soldados ao fim da manhã de sexta-feira, pelo mesmo motivo. Somente determinadas unidades, como hospitais e colégios militares, além de instalações de fronteira, deverão ser poupados do racionamento.
O Exército Brasileiro tem o maior contingente das três forças armadas: segundo dados do Ministério da Defesa, são cerca de 183 mil homens com o uniforme verde-oliva, quase 50% a mais que o efetivo de Marinha e Aeronáutica, juntas. Mas, apesar disso, o orçamento de aproximadamente R$ 24,2 bilhões não é proporcionalmente maior, significando pouco menos que a soma das outras forças. Ademais, a previsão de verbas para o reaparelhamento do Exército para o ano que vem é de pouco mais de R$ 360 milhões, contra cerca de R$ 1,3 bilhão para a Aeronáutica e R$ 2,7 bilhões para a Marinha.
Segundo o jornal O Globo, enquanto os rumores da caserna apontam para o desconforto com a situação, a assessoria do ministro Nelson Jobim, titular da pasta da Defesa, diz que tudo isso é normal. Mas alguns oficiais insinuam que os projetos do Exército passaram por despercebidos por serem modestos, de baixo custo e principalmente de baixo impacto em termos de marketing. Ao que parece, o governo está mais disposto a fazer aquisições de impacto em 2010 (último ano de governo de Lula) e, portanto, projetos de ocupação de fronteira não despertam o mesmo interesse que a compra de submarinos nucleares e jatos de caça.
Há que se considerar também o que pode ser um repetido equívoco diplomático do atual governo. Em 2004 o Brasil reconheceu o status de economia de mercado à China, em troca do apoio chinês à candidatura brasileira ao CS da ONU, o que não ocorreu... mas isso é assunto para um próximo post.

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