terça-feira, 4 de novembro de 2008

¿ POR QUE NO TE CALLAS ?


Hoje, ao inaugurar a segunda casa de força da usina hidrelétrica de Tucuruí, no estado do Pará, o presidente Lula reclamou que a imprensa tem um olhar negativo sobre seu governo, e disse que algumas pessoas “torcem para que a crise econômica mundial chegue ao país”. Além disso, reclamou de uma excessiva importância dada a todos os seus atos, transformando-os em “tempestade em copo d’água”.
Como exemplo, citou sua primeira visita à usina. Na ocasião lhe foi oferecido um bombom de cupuaçu, e Lula jogou o papel no chão depois de comer o doce. Na visão do presidente, o fato “não teria importância em nenhum lugar do mundo, mas no Brasil o preconceito estava demonstrado naquele papel de bala. Porque se quisessem mostrar uma coisa dessas, era só mostrar o que muitos governantes faziam muito mais sujo que um papel de bala e que não era mostrado em nenhum momento”.
Bem, pra começar, devo dizer que em meus 44 anos de idade, sempre aprendi que não jogar papel no chão é regra básica da boa educação. Aprendi isso em casa, quando criança, e também na escola, numa época em que os professores nem falavam de meio ambiente em sala de aula. Atualmente passo a mesma mensagem aos meus alunos, de todos os níveis de ensino, onde quer que eu esteja. E, pelo que me consta, não há lei alguma neste país que permita ao presidente da República – ou qualquer outra “autoridade” – ser porco. Um mínimo de educação é o que se espera de um homem público, principalmente quando se trata do governante do país.
Em segundo lugar, a imprensa tem, sim, mostrado coisas muito mais sujas do que papéis de bala no chão. Mostra a formação de milícias, a corrupção no judiciário, o mensalão, as obras superfaturadas, a emissão de carteiras de habilitação falsas, as contratações de serviços sem licitação, o uso indevido da máquina administrativa, os casos de nepotismo, os dólares na cueca... Será que o presidente não lê jornal?
Pelo visto, o presidente Lula e o Galvão Bueno não vão aprender a calar a boca nunca...

Nenhum comentário: