segunda-feira, 29 de setembro de 2008

QUANTO VALE A VIDA À SUA VOLTA?

Há alguns dias falei aqui sobre o valor de uma vida – humana. Chegou a hora de falar sobre outro cálculo, igualmente intrigante: o do valor da natureza. Lá se vão alguns anos desde que tive a disciplina “Economia do meio ambiente” no mestrado, com o Prof. Dr. Peter May. E, sinceramente, não esperava que alguém pudesse levar a contabilidade ambiental até esse ponto, pois achava – ao contrário dos ensinamentos do meu professor – que biomas seriam tão grandes e complexos que teriam sua valoração calculada de per se, e não de uma forma mais... digamos... cartesiana. Bem, pelo visto, estava enganado. Este estudo vem em boa hora, não para dar forma de mercadoria à natureza, mas para mostrar ao homem que nem sempre o que reluz é ouro.
Um estudo realizado pelo oceanógrafo e economista gaúcho André Steffens Moraes, pesquisador da Embrapa Pantanal, em Corumbá, mereceu destaque na edição de hoje do jornal Folha de São Paulo: Moraes demonstra que cada hectare preservado do pantanal – que detém a maior concentração de fauna das Américas – vale entre US$ 8.100 e US$ 17.500 por ano, bem mais do que os dividendos gerados pela pecuária, a principal atividade econômica da região. A conta é detalhada em sua tese de doutorado, recém-defendida na Universidade Federal de Pernambuco e está disponível para download. É só clicar
aqui.

A propósito: o título da tese é "Pecuária e conservação do Pantanal: análise econômica de alternativas sustentáveis - o dilema entre benefícios privados e sociais".

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