sábado, 13 de setembro de 2008

DRAGÃO CHINÊS - A DINÂMICA DAS CIDADES

As transformações da economia chinesa, nos últimos anos, têm reforçado a condição do constante processo de urbanização daquele país. Uma das principais razões do “milagre chinês” é a possibilidade de uso de mão-de-obra extremamente barata nos setores secundário e terciário da economia. É inegável o fato de que várias indústrias exploram (no pior sentido que esta palavra possa ter) a força de trabalho operária, com o óbvio apoio do sistema.
Esta estrutura está sendo reforçada pela imigração em massa de trabalhadores do campo para as cidades. O que antes era proibido agora é, no mínimo, aceitável. Só em Pequim, que naturalmente conta com uma população entre nove e 12 milhões de habitantes (os números chineses são sempre imprecisos, e isso parece ser parte da política de Estado), há cerca de cinco milhões de imigrantes rurais. Embora necessários para o desenvolvimento da cidade (trabalham em obras diversas e em indústrias de todo tipo), estes imigrantes não têm acesso aos serviços básicos garantidos pelo Estado, tais como saúde e educação, pelo simples fato de não possuírem o registro local. Tornam-se, portanto, ainda mais explorados pelo sistema e contribuem para o processo de macrocefalia urbana.
Além disso, as cidades chinesas, com seu vertiginoso ritmo de crescimento, têm papel determinante no processo de degradação ambiental, como demonstrado à época dos Jogos Olímpicos. O baixo nível da qualidade do ar junta-se à poluição sonora das frenéticas construções e à precária condição de salubridade dos trabalhadores. Também por estes motivos os operários da construção civil foram retirados de Pequim poucos dias antes do início das competições olímpicas.

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