As transformações da economia chinesa, nos últimos anos, têm reforçado a condição do constante processo de urbanização daquele país. Uma das principais razões do “milagre chinês” é a possibilidade de uso de mão-de-obra extremamente barata nos setores secundário e terciário da economia. É inegável o fato de que várias indústrias exploram (no pior sentido que esta palavra possa ter) a força de trabalho operária, com o óbvio apoio do sistema.
Esta estrutura está sendo reforçada pela imigração em massa de trabalhadores do campo para as cidades. O que antes era proibido agora é, no mínimo, aceitável. Só em Pequim, que naturalmente conta com uma população entre nove e 12 milhões de habitantes (os números chineses são sempre imprecisos, e isso parece ser parte da política de Estado), há cerca de cinco milhões de imigrantes rurais. Embora necessários para o desenvolvimento da cidade (trabalham em obras diversas e em indústrias de todo tipo), estes imigrantes não têm acesso aos serviços básicos garantidos pelo Estado, tais como saúde e educação, pelo simples fato de não possuírem o registro local. Tornam-se, portanto, ainda mais explorados pelo sistema e contribuem para o processo de macrocefalia urbana.
Além disso, as cidades chinesas, com seu vertiginoso ritmo de crescimento, têm papel determinante no processo de degradação ambiental, como demonstrado à época dos Jogos Olímpicos. O baixo nível da qualidade do ar junta-se à poluição sonora das frenéticas construções e à precária condição de salubridade dos trabalhadores. Também por estes motivos os operários da construção civil foram retirados de Pequim poucos dias antes do início das competições olímpicas.
sábado, 13 de setembro de 2008
DRAGÃO CHINÊS - A DINÂMICA DAS CIDADES
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