quarta-feira, 19 de novembro de 2008

REDESCOBRINDO O BRASIL


Ainda é muito cedo, lógico, para se dizer algo a respeito das influências e conseqüências do governo de Barack Obama. Mas, com certeza, algo já está acontecendo, e vale a pena falarmos a respeito: com a eleição do democrata à presidência dos EUA, o Brasil - considerado o país de maior diversidade cultural e racial em todo o mundo - está começando a rever seus valores e discutir suas diferenças. E, aos poucos, descobre-se nem tão democrático asssim quando se fala de igualdade racial.
O jornal The New York Times desta segunda traz importante matéria sobre os problemas raciais/sociais enfrentados ainda hoje pela sociedade brasileira, com destaque para as abissais condições a separar brancos e negros em nosso país.
Segundo dados da UFRJ, brancos têm IDH (Índice de Desenvolvimento Humano) equivalente a 0,838, equivalente ao IDH de Cuba, enquanto que os negros apresentam IDH de 0,753, equivalente ao do Paraguai, ficando 44 posições abaixo dos brancos. Os números são de 2005.
Ainda segundo o estudo, a quantidade de negros que vive abaixo da linha da pobreza é o dobro da quantidade de brancos na mesma situação. Mais do que isso, apresentam também considerável defasagem nas oportunidades de estudo (em média dois anos a menos) e expectativa de vida abaixo da média nacional. Para finalizar, a taxa de mortalidade para homens entre 18 e 24 anos de idade é mais do que o dobro entre negros, quando comparados aos brancos.
Não há como contestar os números. É indisfarçável a diferença que nos separa, o que comprova ser o Brasil um país de profundas desigualdades. Como parece nos alertar a matéria do NYT, ninguém, a não ser nós mesmos, acredita ser o Brasil um país de plena democracia racial. Ainda há muito o que fazer.

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