terça-feira, 7 de outubro de 2008

À BEIRA DO COLAPSO


Passei o dia de ontem antenado, conectado, plugado, ligado em todos os canais de tv, sites, blogs, etc., tentando desvendar o que se passava no mercado financeiro. Um “dia de cão”, como gostam de dizer os analistas. A crise, causada pelo excesso de confiança, gera total desconfiança dos mercados, agora. Nem o pacote proposto pelo presidente dos EUA – e aprovado pelo congresso americano com maior poder de fogo (dos originais US$ 700 bi para US$ 850 bi) – parece acalmar a garganta profunda da especulação. Com isso, a cotação do petróleo recuou para inacreditáveis US$ 79, o barril e as bolsas afundaram. Aqui no Brasil, o índice Bovespa chegou a assustadores -15,50% (sim, negativos!), acionando por duas vezes o circuit breaker. Somente ao final da tarde houve uma razoável recuperação e a bolsa conseguiu recuperar parte das perdas, fechando a -5,43% (sim, também negativos!). O Banco Central resolveu atuar e vendeu US$ 1,4 bilhão das reservas nacionais, mas isso não foi o suficiente para evitar a maior alta do dólar desde 1999 (7,53%, com cotação a R$ 2,20). O ministro da Fazenda e o presidente do BC deram entrevista em conjunto, na tentativa de amenizar o mercado (o nosso, claro), mas de nada adiantou, pois os investidores estrangeiros continuam a promover o fluxo de saída de recursos da terra brasilis...
Enquanto isso, a RTS (Bolsa de Valores da Rússia) teve a maior queda de sua história, assinalando -19,1%. Em Paris, a queda foi de 9,04%, e na Alemanha, baixa de 7,07%. A Câmara Britânica de Comércio avisa que a recessão já chegou à Grã-Bretanha, o relatório do FMI diz que o pior ainda está por vir, e finalmente os membros da União Européia, com a corda no pescoço, começam a buscar uma saída em comum.
Aqui no Brasil, bancos e financeiras suspenderam atividades de crédito, dadas as imensas incertezas do mercado (e o medo de que o povo fique desempregado e inadimplente). Fiat, GM e Sadia são algumas das grandes empresas que darão férias coletivas aos seus funcionários, dada a queda abrupta no nível de suas exportações. Resta saber porque os “gênios” da economia nacional insistem em taxas de juros estratosféricas...
Neste momento, o dólar opera em nova alta, cotado a R$ 2,31, e o Ibovespa está em baixa de 5,27%. Tentarei mudar de assunto amanhã, se o mundo não acabar hoje. Abraços.

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